A Igreja Católica e as Misericórdias estão em pé de guerra. Tudo por causa da natureza jurídica das Santas Casas que para os bispos são instituições públicas e eclesiásticas e para a União da Misericórdias Portuguesas (UMP) são associações particulares de fiéis, de cariz eclesial. As Misericórdias foram criadas pela sociedade civil (1498) e não pela Igreja.
PATRIMÓNIO INCALCULÁVEL DAS MISERICÓRDIAS
- 289 igrejas e capelas e inúmeras peças de arte sacra constituem o valiosíssimo património religioso das Misericórdias.
- 350 lares de 3.ª idade, para além de outros tantos centros de dia são forte marca da acção social das santas casas.
- 610 creches, jardins-de-infância e centros de actividades de tempos livres. Ao todo, acolhem cerca de cem mil crianças.
- 68 hospitais são das Misericórdias. Entre eles há 19 de agudos. Há ainda 70 unidades de cuidados continuados.
- 45 farmácias de venda directa são uma das maiores fontes de rendimento das Misericórdias. Há quatro desactivadas.
- 34 praças de touros.( É uma das curiosidades no imenso património das Misericórdias.)
A maioria das receitas provém de subsídios do Estado
Posto isto assim, já percebemos do que estamos a falar e de como o vil metal se torna importante na caridade organizada e subsidiada pelo Estado.
Organizar a caridade e manter os pobres contidos com o mínimo e em simultâneo impedir reivindicações desregradas e descontroladas só se pode fazer bem, tendo subjacente essa velha máxima que, ser pobre dá entrada directa no reino dos Céus, e aí obterão a felicidade eterna. Amém.
Mas, o que mais espanta é que ,subjacente à tolerância do grande líder, laico, socialista e neoliberal para com este organizar da caridade e esta luta fratricida, está a necessidade que o Estado têm de se desresponsabilizar pelas questões sociais e de encontrar quem as assuma,de alguma forma, não lhe interessando como, nem porquê. O que interessa ao grande líder é o aliviar tensões socais sabendo que estas instituições conseguem deixar satisfeito quem nada recebeu , cumprindo à risca o seu papel de "amortecedor social". As Misericórdias apresentaram sempre uma grande compaixão pelos deserdados da sorte porém, só lhes garantem o mínimo e nunca o necessário .
Vai ser uma luta de morte que se irá desenvolver no silêncio, na calada das rezas, pelo controle jurídico das mesmas e consequentemente pelo controle do seu imenso património, dos subsídios estatais, da influência e do dinheiro que ainda vão poder ganhar com os pobrezinhos.
Tudo a bem da Nação !
2 comentários:
A caridade é a alma do voluntario .... sempre ocupa espaço e tempo , para além de compensar pelo facto de haver gente muito pior que ele...
Concordo ! Poucos são os que escapam e a esses tiro o meu chapéu !
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