Zé Carlos & Soraia Vanessa vêm por este meio bufar junto de Vossa Excelência os gastos que fizeram anteontem, derivado ao matrimónio que contraíram, aqui ao lado, naquela igreja pré-fabricada que tem a cruz fluorescente em roxo, não sei se está a ver, é aquilo que parece a oficina do Chinas, mas em branco e sem pneus pendurados. Prontos.
Então é assim, tivemos que dar uma data de dinheiro ao senhor padre, mas ele não passou recibo, pelo que achamos que é de prendê-lo e mandar vir outro. Ao resisto com cervatória, o civil, sem ser pela igreja, esse também pagámos bué, mas esses Vossa Excelência já deve estar a mancar e sobre olho, derivado a serem da família, salvo seja, de Vossa Excelência.
Passamos então ao chamado vestido de noiva, o qual foi oferecido por uma senhora chamada Dona Clara que criou a minha esposa desde pequena, isto agora sou eu a escrever, o Zé Carlos, porque a Soraia foi à bica à Dona São, derivado a que a mãe dela teve de ir bulir para Barcelona e deve ter-se casado por lá, mas ninguém tem a certeza, derivado ao que não podemos, portanto, bufar junto de Vossa Excelência quanto é que custou o casório dela, se é que se casou mesmo, se não bufávamos e Vossa Excelência até era homem para nos fazer um desconto no IRS que eu sei que você era.
O dito vestido de noiva era da Zara e custou 19 euros, há quem ache caro à vista, mas até foi barato, a Dona Clara diz que estava em saldos e aproveitou. Como é de Verão, deve acrescentar-se ao preço do vestido uma embalagem de parasitamor, que foi para a carraspana, genéricos, adquiridos na Farmácia da Dra. Lena (ficou de venda suspensa, por isso não tenho aqui a factura nem o número de contribuinte da Dra. Lena, senão juro que lhe mandava, até porque essa senhora deve estar cheia à custa do dinheirão que leva em preservativos e outros géneros de primeira necessidade, mas prontos, Vossa Excelência, de gatunos deve saber tudo).
Eu levei um fato do Manecas, que é central do Picheleira e mais ou menos do meu tamanho (n/c 128 396 288). Ele não me levou nada pelo fato, só tive que o mandar limpar na Tinturaria Tati, mas foi a minha esposa que o mandou e ela, como disse, foi à Dona São, por isso não tenho aqui a facturazinha, mas acho que é três euros, não sei é se é por peça ou todo.
Quanto ao copo de água, foi servido na já referida Dona São e pago pelo meu padrinho, o Toni (n/c 277 266 109), que me disse que foi um bocado caro, mas não dizia quanto porque não se diz. Mas é perguntar lá que a Dona São faz-lhe a conta. Éramos cinco homens, à média de umas quatro bujecas cada um e seis senhoras, incluindo a minha, que beberam três um compal laite, uma uma mini e duas só quiseram água, que foi uma seca prós brindes, derivado a que não se fazem saúdes com água. E quatro sandes de fiambre, duas de torresmos e um bolicau prá Sandrinha que levou as alianças, as cujas eram e voltaram a ser hoje do meu pai e da minha mãe.
A noite de núpcias não teve gastos, já íamos aviados.
Espero que Vossa Excelência fique satisfeito e que não me venha cá com coimas, porque neste preciso momento a Soraia já chegou e tenho de parar de escrever. Vossa Excelência sabe como é a vida de casado, se é que tem mulher que lhe pegue e interesse nelas (isto é eu na reinação, não leve a mal).
Pede deferimento,
Zé Carlos e Soraia.
3 comentários:
Veio por mail, e eu diverti-me imenso a ler . Partilho já . A foto não é deles, mas podia muito bem ser ....
Está mal; os impostos quando nascem são para todos. 'Bora' lá cobrar também imposto aos que 'juntam os trapinhos'...
Só juntam "trapinhos" donde não há nada para sacar.... tá bom de ver ....
Enviar um comentário