15/08/08

Há dias assim....

Em Agosto gosto de estar em Lisboa. O pessoal, tenha ou não instinto gregário, vai de férias e esta cidade aparenta uma doce tranquilidade.

Mas... há dias ...

Saí do Centro de Dia para tomar um cafézinho.

A Câmara esqueceu-se , porque autarca têm muito que pensar e os detalhes do quotidiano não interessam para a propaganda, e as ruas estão completamente sujas , direi mais, imundas . O vento que poderia ser simpático num dia de calor, arrasta consigo as poeiras e detritos, e nem os óculos escuros nos protegem . É verdade que o zé-povinho não é muito dado a limpezas e acha que o espaço público, é o seu caixote do lixo privilegiado . Mas, eduquem-nos desde pequeninos e daqui a uma geração .....

Depois, tenho esta mania , que me foi inculcada no berço de, preferencialmente, só atravessar a estrada nas passadeiras ou sinais. E mais, espero que o sinal fique verde mesmo que a estrada esteja tão deserta, quanto o Saara, em dia de tempestade de areia . Muita gente acha estranho ... mas para mim, é uma questão de princípio. Todavia, odeio atravessar na passadeira e aqueles automobilistas cheios de boa vontade, com o braço de fora da janela para apanhar uma pinguinha de sol, e com o volume do rádio no máximo, que se ouve a dez quarteirões de distância, pararem incomodados, para deixar passar o peão, e ainda acenarem com a mão para se apressar o passo, num acto, que ele pensa ser, de cortesia. Bom, é certo e sabido que olho para o exemplar ostensivamente, e como retaliação, as artroses imaginárias atacam, e demoro o dobro do tempo.

Já ia fresca e carimbada . Pensei, de mim para comigo, falta as " Inas", sim a cafeína e a nicotina, para me refazer . Ao entrar no café estavam duas pessoas ao balcão e 3 empregadas. Acreditam que as moças, estavam numa de socialização no trabalho, e os clientes eram meros apêndices decorativos. As 3 doces e zelosas empregadas continuavam em amena cavaqueira debitando assuntos do mais fino interesse, entre si, de costas voltadas para os clientes.

Não resisti . Vim-me embora.

Portugal e a sua gente tem muito de aprender para que este país se torne um lugar asseado para se viver, todos os dias do ano .

Sei quais são as causas disto tudo, mas há dias assim... e nem me apetece ser condescendente.

7 comentários:

Ana Camarra disse...

Pois essas cenas são cada vez mais frequentes....eu ambém sei qual a causa é o efeito bola de neve...

Isabel Magalhães disse...

Portugal está, cada vez mais, um local muito mal habitado.

Isabel Magalhães disse...

... ou mal freequentado! ;)

Anónimo disse...

Lá se foi o café e a nicotina...

oeiras local disse...

Estou em crer que o problema em Portugal não é só de 'emprego' mas também de 'empregados'. É a conhecida falta de edução acrescida da falta de formação profissional.
Face a uma situação semelhante, de empregados que, ostensivamente, conversam entre si e ignoram o cliente, posso tomar uma de várias atitudes; faço valer os meus direitos de cliente pagante, pergunto pelo gerente, ou vou 'bicar' a outro lado...

***

Menina Idalina disse...

Ana : Não é só o efeito "bola de neve" .... mas gosto do nome ...LOL.
I. Pois este modo portuguesinho de se ser "enerva-me os nervos" .
Salvo Conduto :Seja bem -vindo e se tiver um salvo conduto por favor empreste-me ... que há dias que só com salvo conduto...se sobrevive. LOL

Menina Idalina disse...

Oerias local : Eu bico para outro lado mas eles continuam a bicar-me a paciência LOL