15/03/07

A Razão dos lambe -cus


A humanidade divide-se em dois géneros, para além dos meninos e das meninas: há os lambe-cus, e há aqueles cujas papilas gustativas não toleram o confronto sensorial directo com o streptococus vulgaris.

A divisão não é equitativa. Os lambe-cus são, nitidamente, a maioria vigente.

Está veladamente convencionado nesta sociedade que «lamber um cu diariamente, garante um futuro polivalente». É uma forma de investimento a prazo.

Quem lambe um cu está convencido que, embora o sabor não seja nada por aí além, a coisa vale o esforço que daí advém. O cu lambido é normalmente grato, e o acto de lambecuzice raramente fica em cu alheio.

É importante referir que, para quem lambe cus, é perfeitamente indiferente o cu que está a lamber. É uma questão de fé que roça os critérios dos apostadores de cavalos: só se lambe um cu porque se tem fé que esse cu vale a pena lamber, porque vai dar algo a ganhar.

Lamber cus é um acto de fé completamente enviezado. Daí que seja extremamente fácil desatar a lamber outro cu qualquer, por dá cá aquela palha.

Para o lambe-cus, paradoxalmente, o importante não é lamber um cu em particular. É a aleatoriedade da coisa que dá riqueza ao acto e que aumenta a possibilidade de, um dia, deixar de lamber cus para ter o seu próprio cu lambido. Daí que se lambam cus de muitos quadrantes e de variadas influências.

O cu é uma lotaria. Nunca se sabe ao certo qual é o que dá prémio. Portanto o lema é lamber indiscriminadamente.É por essas e por outras que existe aquele ditado: «Quem tem cu tem medo». E se não tem, devia ter.

Do blog " A razão tem sempre cliente"

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