Vivo num país a beira-mar desencantado. Já vivi fora e curiosamente senti-lhe a falta .
Os meus sentimentos nunca tinham mudado a respeito deste rectângulo esquizofrénico. Mas senti sempre, apesar de tudo, como que um desejo de compreender. Compreender esta brutalidade insane e sonsa que nos envolve. Enormemente, absolutamente. Esta pobreza miserabilista que nos persegue.
Estar fora pareceu-me então um formidável erro. Voltei, num dia de sol em que a luminosidade da cidade mais uma vez me cativou.
Porém, voltei a me reencontrar novamente com tudo aquilo que me levou a ir para fora. Este pequenino Portugal continuava igual a si próprio. Até quando duraria a sua loucura para que parassem esgotados? Meses? Anos? Quanto?
Talvez até à morte de toda a gente, de todos os loucos? Até à do último ?
Existem bastantes maneiras de sermos condenados à morte. Será esta uma delas?
Nem tudo se poderia ter evitado mas, a maior derrota, em tudo, é esquecer, sobretudo aquilo que nos trouxe a " morte", e nunca entender até que ponto pode ir a pulhice humana.
2 comentários:
Não há cura , mas o meu mal também é gostar de viver aqui , não há cura para tanta miséria , tanta mentira , tanto tudo ,
abraço , menina Idalina
_______________ JRMARTO
Pois, "padecemos ambos do mesmo mal" :)
Enviar um comentário