20/08/09

Dar nomes às coisas

Há políticos que são pessoas que conseguem ser encantadoras desde que se limitem a ser estúpidas e a vestir o que lhe mandam; de vez em quando mete-se-lhes na cabeça que gostariam de ser inteligentes e o resultado é como observar uma gralha a tentar construir o ninho durante um vendaval.

Outros são suficientemente enquadrados para detestar a irreverências com dividendos.(Não sei quem o disse mas a parece que a providência divina está sempre ao lado dos grandes dividendos).

Há políticos tipo "hors d'oeuvres"; sempre com um interesse patético, patológico e ruminante porque, no menú que o futuro lhes reserva, teria sido melhor terem comido mais "hors d'oeuvres".

Há ainda aqueles que estão sempre a atarefados e ao telemóvel, como se todo o seu programa estivesse seguro pelo despotismo de um alfinete que pode abdicar das suas funções a qualquer momento. Hiperventilam regularmente com ataques de pânico seguido de um esgar a que chamam sorriso.

Os que têm aquilo a que se pode chamar "moral turistica" conseguem, com a sua amoralidade, o melhor dos dois mundos. Bem vistas as coisas, com alguns deles o excesso de bagagem é tanto que poupam realmente muito deixando a reputação e a ética em casa.

Há depois os rebanhos anónimos, filiados, que entram com aquele ar deixa-me-lá-cumprir-esta-maçada-sempre-pode-ser-que-haja-algo-que-me-possa-ajudar-a-mudar-de-vida-mas não-me-ponham-a-trabalhar-de-borla.

É bastante refrescante olhar assim a realidade sabendo que haverá sempre um padre , quiçá um bispo, que numa homilia qualquer abençoa a política e o futebol local e que acredita que é levado a sério.

Só nos falta no Portugal de hoje, sair-nos na rifa um cardume de sardinha assada profundamente ofendidas por não as termos deglutido num qualquer arraial popular.

Dito isto, acredito que muitos comentadores anónimos ficariam bastante ofendidos e voltariam a chamar-me impropérios impublicáveis, vitimas por ataque de de nervos desencadeado pelos nervos.

Mas não sei se efectivamente repararam na elegância com que se abordaram assuntos de tanto melindre.

Pensam que é um texto de non sense pois dediquem-se a pensar e a dar nome às coisas .

2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Que engraçadas que estão as pikenas. Parecem mesmo as gémeas do 'Shinning'.
Pensando melhor tem tudo a ver, este desgoverno transformou Portugal num filme de terror sem o génio do Stanley Kubrick. Infelizmente.

Menina Idalina disse...

São as gémeas ;)