Miguel Pinha e Cunha escreveu artigo fabuloso no DN. Aqui fica o melhor e mais importante. Para ler o artigo na íntegra , carregue no título do post.
"Identificam-se sete formas de toxicidade, a maioria delas associada ao comportamento das chefias: intencionalidade, incompetência, infidelidade, insensibilidade, intrusão, indutores institucionais e inevitabilidade.
Fonte da intencionalidade - os superiores provocam deliberadamente o sofrimento dos colaboradores. Exemplo: o líder ridiculariza, critica em público, ameaça, persegue.
Fonte da incompetência - os gestores denotam fraca inteligência emocional.
Exemplo: as promoções são feitas com base em critérios meramente "técnicos", sendo descuradas as capacidades de liderança e de gestão de equipas.
Fonte da infidelidade - os superiores traem a confiança dos subordinados. Exemplo: a confidencialidade é violada, as promessas são quebradas.
Fonte da insensibilidade - os superiores não compreendem o alcance emocional dos seus comportamentos sobre os colaboradores e são insensíveis aos efeitos dos seus actos sobre as pessoas. Exemplo: o impacto emocional das decisões não é considerado e espera-se que os trabalhadores deixem as emoções à entrada da empresa.
Fonte da intrusão - os superiores fazem microgestão e denotam uma tendência para o controlo total e exacerbado. Exemplo : os chefes orientam-se para a gestão dos mais ínfimos e secundários pormenores e não é concedida autonomia aos colaboradores.
Indutores institucionais - as políticas e as normas organizacionais são inadequadas às realidades, aos problemas e às características dos colaboradores. Exemplo: as normas introduzem sentimentos de insatisfação ou injustiça e a norma geral não é adequada para o caso particular.
Fonte da inevitabilidade - algumas causas de problemas, de toxicidade e de sofrimento estão fora do controlo dos decisores organizacionais, são inevitáveis, mas algumas organizações e chefias levam esta "inevitabilidade" ao extremo ou tomam-na mesmo como uma "vantagem" para os negócios. Exemplo: morte de um chefe querido, catástrofe humana, incêndio, desastre, falência de um grande cliente, insucesso rotundo de um novo produto.
A toxicidade assim gerada tem consequências perversas sobre as organizações, as equipas, o desempenho, os colaboradores, as suas famílias e a própria sociedade. Suscita ambientes de desconfiança e de cinismo. Produz aumentos do absentismo, incrementa os abandonos da organização, induz actos de sabotagem, decresce a motivação e o desempenho dos colaboradores.
Provoca problemas de saúde e bem-estar aos seus membros da organização e aos respectivos familiares.
Induz o aparecimento de comunidades humanas onde imperam o stress e as consequentes maleitas físicas e psicológicas. Induz, na sociedade, concepções cínicas acerca das organizações e da vida social."
CBibliografia: Frost, P. J. (2003). Toxic Emotions at Work. Boston, MA: Harvard Business School Press.
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